3 de jan. de 2014

Playlist: Brasil!


E 2014 chegou, cambada! Esse ano traremos tantas coisas pra vocês, leitores. Looks, moda e bastante música boa, bastante mesmo... E pra comemorar a chegada do novo ano, projetos futuros, promessas e uma série de pensamentos em nossas mentes, que tal ouvirmos umas musiquinhas brasileiras? Não qualquer músicas, AS músicas brasileiras que marcaram gerações. Durante todo esse mês de Janeiro, o nosso tema vai ser "Brasil". Vamos dar uma mãozinha para a nossa cultura, mostrar o que tem de bom, de desconhecido, de incrível na nossa música. E ah, agora as nossas playlists trazem uma novidade: Agora ficará um pouco mais dinâmica, acompanhe abaixo e aperte o play!

Pra nossa primeira semana de "Brasil", que tal aproveitar um dos maiores assuntos nacionais do ano que se passou, e montar uma list de músicas revolucionárias brasileiras lá de épocas antigas (Ditadura Militar, anos 90...), hein?! Vamos lá!

Brasil - Cazuza: Pra começar nada mais, nada menos que o emblemático Cazuza com uma música que embalou os brasileiros por meados dos anos 80 e 90. A canção é considerada uma declaração de amor ao país (Grande pátria / Desimportante / Em nenhum instante / Eu vou te trair / Não, não vou te trair), além das críticas que estão expostas nos versos e entrelinhas dela (A pagar sem ver / Toda essa droga / Que já vem malhada / Antes de eu nascer), nesse ritmo suave e agressivo do cantor.

Brasil by Cazuza on Grooveshark

Cálice - Chico Buarque: Salve, salve, Chico Buarque, mestre de protestos cantados. A canção foi lançada em meados dos anos 70, época do Regime Militar, e com isso fora censurada diversas vezes. A música toda traz uma ambiguidade mútua nos versos agressivos da canção. Como no verso que fala sobre a agonia de Jesus, mas uma alusão também ao povo brasileiro naquela época (Pai, afasta de mim este cálice / de vinho tinto de sangue) e também, as partes do título da música "Cálice" que traz a ambiguidade de "Cale-se". Tem a participação de outro mestre da música brasileira, Gilberto Gil. Uma ótima música pra ser ouvida quando se está revoltado com a sociedade. 


O Bêbado e a Equilibrista - João Bosco: Aldir Blanc e João Bosco colaboraram também para os protestos cantados na época da Ditadura, compuseram uma música que fora regravada por diversos artistas. A música fala sobre os exilados, um retrato do Brasil no período do Regime Militar. Os versos das músicas estão bem explícitos o que os compositores quiseram passar, o bêbado sendo a sociedade feliz mesmo na opressão (O bêbado com chapéu coco fazia irreverências mil / Prá noite do Bra...sil, meu Brasil ) e a equilibrista mostra um futuro, uma sociedade que tem a esperança de se equilibrar com toda a situação que se encontram (A espe...rança dança na corda bamba de sombrinha / E em cada passo dessa linha pode se ma...chu...car / Azar, a esperança equilibrista / Sabe que o show de todo artista / tem que continuar.) É um samba que poderia voltar a embalar o nosso país, não acham?

O bêbado e a equilibrista by João Bosco on Grooveshark

Pra Não Dizer Que Não Falei Das Flores - Geraldo Vandré: Outro hino contra a ditadura. A música é conhecida mais em outras versões como a de "Zé Ramalho", "Luiz Gonzaga" e "Charlie Brown Jr." Fora uma das maiores músicas cantadas nas ruas naquela época - sendo um hino para o movimento civil de oposição - por sua facildade de ser memorizada, as rimas pobres e melodia ritmada, lenta, deixavam a música marcada na cabeça dos brasileiros. É uma crítica do começo ao fim, seus versos poéticos deixam isso bem claro. Ele enfatizava as injustiças (pelos campos há fome em grandes plantações), destacava a presença do exército nas ruas (Há soldados armados, amados ou não) e convocava as pessoas para se unirem na luta contra a ditadura (Vem, vamos embora que esperar não é saber. Quem sabe faz a hora, não espera acontecer). O seu lançamento também fora censurado naquela época, assim como todas as outras, mas ainda assim, a população sabia a canção inteira. Curiosidade: A “flor” da canção é uma referência ao movimento “Flower Power” que surgiu nos Estados Unidos. Pregava a não violência contra os povos e foi teorizado depois da Guerra do Vietnã em 1959.


Que País é Este? - Legião Urbana: Agora sim, quem não conhecer essa música é quase "não ser brasileiro". A banda que até hoje move gerações com suas poesias cantadas, fez um ótimo trabalho para um hino pós-ditadura. "Que país é este" nunca foi gravada porque sempre havia a esperança de que algo iria realmente mudar no país, tornando-se a música então totalmente obsoleta. Isto não aconteceu e ainda é possível se fazer a mesma pergunta do título." - Texto contido no encarte do álbum "Que País É Este". Nem preciso falar dela, né? A mensagem que a canção passa, está exposta em todas as linhas da mesma.


Então é isso galera. Bem Vestido também é Cultura. Isso mesmo, c-u-l-t-u-r-a! Na próxima semana continuamos com a playlist, com mais cinco canções de protesto. E outra, se você quiser ouvir as músicas seguidas, numa ordem, é só clicar aqui. 

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